Para resistir a altas temperaturas, os fornos, reatores e inúmeros outros equipamentos necessitam de revestimento com materiais que, além de apresentarem estabilidade tanto física quanto química às temperaturas, devem possuir, ainda, outras propriedades. Assim, muitas vezes, têm que ter resistência a quente, à abrasão, à erosão, ao ataque químico por sólidos, líquidos ou gases e às variações bruscas de temperatura. Seu emprego se faz necessário em temperaturas acima de 500 ºC. Conhecidos sob a designação de Refratários, pertecem ao grupo das Cerâmicas que, juntamente com os Metais e Polímeros, constituem os três grupos em que se dividem os materiais.

O entrelaçamento histórico entre os processos térmicos de manufatura e a tecnologia dos refratários começa com a descoberta do fogo. A natureza forneceu os primeiros refratários, cadinhos de rocha onde metais eram amolecidos para confecção das primeiras ferramentas primitivas. Quando o homem começou a dominar o fogo, logo descobriu que a queima de argilas permitia que formas estáveis fossem obtidas com essa matéria-prima, caracterizada por elevada resistência mecânica. Objetos de formas variadas com diversas finalidades foram obtidos. Estava-se registrando o nascimento dos ancestrais dos refratários. Estes materiais realmente nasceram com a metalurgia, tendo acompanhado passo a passo a evolução do seu ramo siderúrgico. Hoje, cinco mil anos mais tarde, os refratários são manufaturados a partir de variado elenco de matérias-primas, em centenas de formatos e composições químicas, viabilizando, desta forma, os processos de manufatura que utilizam altas temperaturas, como os que envolvem a produção de praticamente todos os tipos de metais, aços, vidros, químicos, petroquímicos e cerâmicos.